6.6.06

mar da serenidade

é preciso não ter sonhos.
olhar horizontes é hábito crepuscular.
objetivos retos e estreitos.
únicos e particulares.
perpendiculares.

é preciso olhar à frente.
teso como um soldado raso,
lépido como o sargento.
indiferente como o cavalo.
rápido.

é preciso soltar a vida.
que ela corra como um rio,
célere.
que ela suba como a pipa,
etérea
que ela seja como é,
minha.
e válida.

meu anjo, guarda minhas ilusões em algodão, para que ao acordar eu as tenha de novo intactas e macias em minhas mãos. minhas ilusões são frágeis. mas preciso delas, ainda um tanto. amén.

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