27.6.06

grata

direi o óbvio: ter amigos não tem preço. tenho poucos, muito poucos. e mais porque eles persistem, insistem em gostar de uma amiga tão ausente. (meus queridos, vocês são ótimos, mas eu sou uma amiga abaixo do sofrível...). eu sinceramente gosto dessas pessoas. apenas não consigo dizer a elas ou ser menos egoísta a ponto de lhes mostrar o quanto são valiosas pra mim.
e não sei porque não consigo. eu sei que já fui uma amiga decente em algum lugar do passado. mas aos poucos fui esquecendo como é que se troca sentimentos. fui desaprendendo esse escambo emocional. meus amigos fizeram outros amigos. eu não. apenas aprendi a conviver mais comigo que com o Outro. nas vezes em que fiz análise, quando o terapeuta perguntava qual a razão de estar ali, sempre respondi: dificuldades de relacionamento. uma amiga, certa vez, definiu bem meu problema. disse que eu sofria do efeito kolynos. cada vez que ela tentava se aproximar, baixava um escudo de proteção invisível... touché!
falo desses amigos porque recebei de todos os que leram o post anterior uma oferta de ajuda, de apoio. e aqui, detrás do meu escudo, envio a cada um um beijo carinhoso. um dia, conseguirei me desfazer dele. estarei aberta às doçuras e amargores da vida sem armaduras. espero que eles continuem tendo a infinita paciência de me esperar. e mesmo que não o façam (o que duvido), meu amor tem efeito duracell.
este não é um post de mea culpa, nem de auto-piedade. é apenas um auto-retrato.