10.2.08

como quase sempre


digo sempre quase nunca
e raramente
acredito no infinito

sou da terra e do ar
opostos que se atraem
com a tranquilidade
de quem confia
na teoria da relatividade.

nesse momento a vida
passa em ritmo bossa nova
e joão gilberto me sussurra
esperanças de azul

quase nunca é por enquanto
advérbio de credibilidade
atemporal
como a rolleiflex
que me revelou
sua enorme
imensidão.

e a física me explica
o vazio entre dois corpos
e como é que pode:
o barquinho vai
se a tardinha cai...