13.3.10

carvão

ana carolina

surgiu como um clarão
um raio me cortando a escuridão
e veio me puxando pela mão
por onde não imaginei seguir
me fez sentir tão bem, como ninguém
e eu fui me enganando sem sentir
e fui abrindo portas sem sair
sonhando às cegas, sem dormir
não sei quem é você

o amor em seu carvão
foi me queimando em brasa no colchão
e me partiu em tantas pelo chão
me colocou diante de um leão
o amor me consumiu,
depois sumiu
e eu até perguntei, mas ninguém viu
e fui fechando o rosto sem sentir
e mesmo atenta, sem me distrair
não sei quem é você

no espelho da ilusão
se retocou pra outra traição
tentou abrir as flores do perdão
mas bati minha raiva no portão
e não mais me procure sem razão
me deixe aqui e solta a minha mão
e fui flechando o tempo, sem chover
fui fechando os meus olhos, pra esquecer
quem é você?

http://www.youtube.com/watch?v=2WhVHQ6GHVA&feature=fvst

só a casca.

de quanto vazio estamos falando?
1/2 copo? um oceano inteiro?
falo de um vazio que dá eco nas palvras que escrevo.
que interrompe o ruído do tráfego.
um vazio-nuvem-de-chuva a escurecer céu e horizonte.
não, não é um peso, não é uma dor, sequer é um mal.
vazio.
oco.
leve.
absoluto.
vazio.