6.2.09

não há o que não haja.

o mundo é mesmo muito doido e
a vida, sempre uma novidade.
uma amiga, risadas, colo e choro...
pronto!
o mundo pra mim agora
dá pé.
de novo.

(grazie, bella)

5.2.09

ao que não é visto

e tem essa outra que não sabe onde põe as mãos
quando as coloca sobre a mesa
e que chora no velório das memórias,
essa outra que se disfarça e mastiga as lágrimas
(porque é feio chorar em público)
e as engole, até que voltem em refluxo.
essa outra sem compostura,
que se envergonha das palavras ditas
porque esperadas,
que guarda aquelas que derreteriam as geleiras
apenas por ser o frio gelo guardião do medo alheio.
essa outra que olha tanto
que vezes sem conta teve seus olhos vendados
por serem tão invasivos e intensos
quanto as tolas armas nucleares.
essa outra que não aparece,
a não ser como fazem as almas penadas,
para os que têm o misterioso dom
de enxergar
uma tão outra realidade.

o último cigarro


sobre a mesa branca, um cinzeiro pousa
à espera da próxima cinza fumada em silêncio.
um cigarro que ocupa a mão e a mente,
na noite passada entre uísques vazios.
por mais que pareça trágico, não me angustia.
aquele cinzeiro ainda vai achar companhia.
retratos de vida roubados ao tempo,
pequenas janelas de alegria.
e as mãos que se ocupam em fabricar cinzas de pensamentos
ainda vão estar ocupadas, construindo sentimentos.