faz muitos anos que eu estou tentando me apaixonar por ela. acordamos juntas todas as manhãs. à noite deitamos juntas na mesma escuridão. tento conhecê-la, admirá-la. tento contorná-la - em vão. nossos encontros, cada vez mais intensos, são pontuados por discussões. eu sempre a agrido. e ela chora.
sei que ela é o que pode e que minha absurda exigência é o que a faz pior. eu também choro. não aceitá-la como é vem devorando lentamente minhas forças.
invento vergonhas por ela. imagino o que os outros falam. vejo recusas por toda parte. culpo a ela e só a ela por minha solidão. se ela fosse diferente, eu não seria assim. às vezes, a odeio.
...
não me importo com o que ela pensa. eu sou o que eu sou. pouco, muito... tanto faz. nem melhor, nem pior do que ninguém, isso eu sei. tenho tanta pena por ela ser tão só e não perceber que bastava um gesto... uma admissão. não vou ser outra apenas pela vontade dela. isso não é amor, é submissão, humilhação. eu não mereço. nem preciso. eu tento, eu aprendo. ela fraqueja e sempre insiste na ilusão. estou crescendo, é só o que quero. gosto cada vez mais do passo e do caminho em que escolhi andar. olho para ela, tão amarga, ao meu lado, sem querer estar. eu a liberto, mas ela não tem a coragem de ir.
ela me odeia. eu choro. choramos juntas e ela não sente a minha dor. ela nem percebe que, lentamente, minhas asas crescem.
sei que ela é o que pode e que minha absurda exigência é o que a faz pior. eu também choro. não aceitá-la como é vem devorando lentamente minhas forças.
invento vergonhas por ela. imagino o que os outros falam. vejo recusas por toda parte. culpo a ela e só a ela por minha solidão. se ela fosse diferente, eu não seria assim. às vezes, a odeio.
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não me importo com o que ela pensa. eu sou o que eu sou. pouco, muito... tanto faz. nem melhor, nem pior do que ninguém, isso eu sei. tenho tanta pena por ela ser tão só e não perceber que bastava um gesto... uma admissão. não vou ser outra apenas pela vontade dela. isso não é amor, é submissão, humilhação. eu não mereço. nem preciso. eu tento, eu aprendo. ela fraqueja e sempre insiste na ilusão. estou crescendo, é só o que quero. gosto cada vez mais do passo e do caminho em que escolhi andar. olho para ela, tão amarga, ao meu lado, sem querer estar. eu a liberto, mas ela não tem a coragem de ir.
ela me odeia. eu choro. choramos juntas e ela não sente a minha dor. ela nem percebe que, lentamente, minhas asas crescem.