4.8.11

o que fazem nossas desculpas

eram tantas e tão diversas,
todas querendo sair ao mesmo tempo,
desordenadas.
e as quietas, caladas, ao fundo,
me olhavam implorando: liberta-nos!
na fuga da cidadela,
nas estradas cheias de refugiados de guerra,
minha confusão era apenas mais uma.
e fui deixando que os tanques de silêncio
dominassem a paisagem,
que as trincheiras se erguessem cada vez mais fundas e altas.
vejo agora a paisagem desolada
construída com as desculpas dos dias.
e ainda toca-me fundo
o olhar daquelas palavras.

2.8.11

Não ando perdida, mas desencontrada.
(Cecília Meireles)