13.2.09

Tonight I can write the saddest lines

(Pablo Neruda)


Tonight I can write the saddest lines.
Write, for example,'The night is shattered
and the blue stars shiver in the distance.
'The night wind revolves in the sky and sings.

Tonight I can write the saddest lines.
I loved her, and sometimes she loved me too.

Through nights like this one I held her in my arms
I kissed her again and again under the endless sky.
She loved me sometimes, and I loved her too.
How could one not have loved her great still eyes.

Tonight I can write the saddest lines.
To think that I do not have her.
To feel that I have lost her.
To hear the immense night, still more immense without her.
And the verse falls to the soul like dew to the pasture.

What does it matter that my love could not keep her.
The night is shattered and she is not with me.This is all.

In the distance someone is singing. In the distance.
My soul is not satisfied that it has lost her.
My sight searches for her as though to go to her.
My heart looks for her, and she is not with me.

The same night whitening the same trees.
We, of that time, are no longer the same.

I no longer love her, that's certain, but how I loved her.
My voice tried to find the wind to touch her hearing.

Another's. She will be another's.
Like my kisses before.Her voice. Her bright body. Her infinity eyes.

I no longer love her, that's certain, but maybe I love her.
Love is so short, forgetting is so long.

Because through nights like this one I held her in my arms
my soul is not satisfied that it has lost her.

Though this be the last pain that she makes me suffer
and these the last verses that I write for her.

http://www.youtube.com/watch?v=zXHPk-ctoYY
(entre e ouça o poema com Andy Garcia)

12.2.09

eternamente

há muito tempo, literalmente no século passado, me gritaram o nome dessa música numa boate (ainda se chamava discoteca). com um recado (não literal, minha memória não chega a tanto): toda vez que ouvir, eu vou me lembrar.
não precisa dizer que grudou que nem praga (e foi mesmo de um pestinha, com cara de bebê johnson's). daí pra frente essa música sempre teve dono.
hoje, o tal peste é um amigo.
mas aos 20 anos, nunca e sempre duram... uma vida.
e a beleza, ao contrário do tempo, não passa.


Eternamente
(
Tunay E Sergio Natureza)

Só mesmo o tempo
Pode revelar
o lado oculto das paixões
O que se foi
E o que não passará
Inesquecíveis sensações
Que sempre vão ficar
Pra nos fazer lembrar
Dos sonhos, beijos
Tantos momentos bons
Só mesmo o tempo
Vai poder provar
A eternidade das canções
A nossa música está no ar
Emocionando os corações
Pois tudo que é amor
Parece com você
Pense, lembre
Nunca vou te esquecer
Vou ter sempre você comigo
Nosso amor eu canto e cantarei
Você é tudo que eu amei na vida
Nunca vou te esquecer

quase.

já deve ter acontecido com você. num procedimento médico, odontológico. numa sessão de massagem. sei lá onde. mas todo o preparatório indica: vai doer. você se prepara, o corpo retesa, a boca trava e os dentes estalam. e... nada. não dói! ou se dói é tão pouco perto do que você esperava que... é nada.
pois é. aconteceu comigo. me preparei toda: músculos retesados - ok; dentes travados - ok; olhos bem fechados - ok; lágrimas a postos - ok; garganta pronta pra se esgoelar em último recurso - ok.
...
...(?)
... (abro um olho)
... testo com a língua, cutuco com a ponta do pé... não, nada consta.
bom, pra falar a verdade doeu um pouquinho, sim. tão rápido... passou!
você não dever estar entendendo nada, né? nem eu.
deixa pra lá.

10.2.09

coisa de gente doida

fui dar uma volta no blog. brincar de túnel do tempo. gozado, se eu invertesse e colocasse o que escrevi no começo agora, estava bom. daí começo um bate-boca infrutífero com meus botões sobre se não estou andando em círculos. bom, pode ser que eu seja tão fantástica que tenha aquela coisa atemporal dos bons escritores. rá-rá-rá! (que delícia se eu fosse mesmo assim convencida...). por outro lado fico pensando: a gente cresce, amadurece, muda, desmuda... mas nossa maneira de sentir, muda também? claro que tem umas besteiras que deixamos pra lá, roupa que nem serve mais. emoções prescritas, sentimentos com data de validade vencida, vamos jogando esse lixo fora (sinal nº 1 de que a maturidade nos ronda). mas... a guia dos sentimentos, a linhagem das emoções, os trilhos desse trem... será que se alteram? limpe o supérfluo e me diga: a sensação do primeiro beijo numa pessoa desejada é diferente aos 20, aos 50? o frio na barriga é mais... adulto?
acho que todo mundo muda, sim. mas no raso, somos o que fomos. mais burilados.
(aí entra o caetano implícito e tasca logo um ou não...)