eu estou de viagem, bagagem pronta, olhar faminto de paisagens.
estou com sapatos fortes, roupas confortáveis e
minha mochila leva pouco mais que o essencial.
levo chocolates, que vão derreter sob o sol
e congelar no ar frio da noite.
levo memórias e um diário.
levo fotos e um pedaço do bolo da minha avó.
levo músicas do tempo que eu era jovem e outras que me ajudam a envelhecer.
não posso levar companheiros
mas eles vão seguindo pela estrada ao lado.
levo o perfume preferido da minha mãe,
uma antiga pulseira do meu pai - feita de um dólar de prata.
levo o sorriso de um irmão, o trejeito do outro
e minha mania de fazer piada de tudo (acho que é da família inteira).
nos calcanhares me persegue uma depressão,
mas eu já aprendi a mantê-la longe o bastante.
agora sou estrangeira, forasteira, de fora, uma estranha.
que deliciosa sensação.
30.1.06
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3 comentários:
A bagagem parece ficar mais leve a cada partida. O que nos torna mais lépidos e felizes. Boa jornada, minha querida.
Mas a estrada dos amigos é do ladinho mesmo, viu? Se estender a mão, você pode me tocar. Beijo.
a gente aprende, né, amiga?
e, demas, obrigada.
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