3.7.06

sol, cama e feijão

não há trégua, só luta.
não há repouso, só reparação.
a praia, o clube, o fim de semana,
tudo ilusão.
fazer amor devagarzinho, enquanto as crianças estão no vizinho.
ou correndo mais que o despertador – que amor!
o dourado do sol
esverdeando na tela do computador
numa luz branca de torturador
até que o cansaço dê o sinal – o dia acabou.
o banho que às vezes confunde : é o da noite ou da manhã?
a pasta na escova, com gosto de ontem e também de amanhã.
a semana passada
pela empregada,
desajeitando a gola, quebrando na manga,
queimando zíper, costura e botão.
e o rola, rala, rela do ônibus
a bola, o bolo, o belo do sábado,
e o tempo espremido
nos intervalos da novela,
no sonho da passarela,
na taça verde-amarela,
até que um dia desses
vai-se bater ponto no céu.

5 comentários:

Atena disse...

Lindo, elaborado, rítmico. Adorei.

persefone disse...

ô, deusa, 'brigada. é de pobre mas é limpinho. e de coração.
bj.

Ademar de Queiroz (Demas) disse...

Também adorei.
Estarei sumido por uns dias.
Férias, merecidas férias.
Mas a qualquer momento, numa lan house de qualquer esquina desse mundão, posso aparecer.
Beijos.

persefone disse...

vai com deus, demas. e volta logo e bem.
bj.

Anônimo disse...

Looks nice! Awesome content. Good job guys.
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