30.12.10

cai o pano

não saia agora, nem vire o rosto.
aqui se faz, aqui se vive
cada cena, do prólogo ao epílogo.
nem pense em ir embora
antes que caia a cortina dos sonhos.
é preciso descer correndo do palco,
a tempo de aplaudir os nossos atos.
e recolher as flores e agradecer cada grito de "bravo!"
e só quando se apagarem as luzes,
fugir correndo ao camarim,
onde nos esperam os cremes para retirar as
máscaras,
junto às roupas  da vida real.
hora de varrer, então, o chão da platéia,
os camarotes, recolher o que foi esquecido,
devolver o que foi perdido.
agora a rua nos espera.
agora você já pode ir.

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