esse fim de semana dei uma olhada no baú. tinha uns textos de que ainda gosto. vou postar alguns. pode parecer coisa de preguiçoso, mas não é não. eles continuam valendo. nesse mundo interior paralelo, o tempo não corre. passeia entre as flores, colhendo frutas silvestres, conversando com abelhas e andarilhos. ou arrastando correntes por corredores infindáveis. uh-uhhhhh-uh!
esse aqui é uma amostra. inclui o ps. foi assim que me senti sobre o texto na época. hoje, não penso mais assim. na verdade é quase recente, data de meses. foi assim que saí de um emprego estável (?), bem remunerado, para ficar em casa fazendo outras coisas. um dia conto essa história.
esse aqui é uma amostra. inclui o ps. foi assim que me senti sobre o texto na época. hoje, não penso mais assim. na verdade é quase recente, data de meses. foi assim que saí de um emprego estável (?), bem remunerado, para ficar em casa fazendo outras coisas. um dia conto essa história.
a decisão mais difícil foi deixar pra trás meu porto seguro, meu casco de tartaruga, meu abrigo.
não me arrependo, embora às vezes me arrebente de preocupação. Se o preço foi caro, o produto vale a pena: meu tempo. Menos dinheiro, menos “vantagens”, mais vontades...
Repito: valeu a pena.
Já pensei se foi fuga, se era enganação, medo... Foi escolha, agora eu sei. Minha tranqüilidade é a testemunha de defesa e a consciência não me acusa mais.
Estou aprendendo novos fazeres, talvez mais simples e braçais, mas há tanto tempo ignorados e necessários...
volto ao tempo, sobre meus passos – passos que me recusei por toda a vida.
atrás de mim, gerações de mulheres me auxiliam. As mulheres fortes de minha família, todas rápidas em silêncios, serviços e respostas. Mulheres dominadoras, autoritárias doces...
Mulheres cozidas em fogão de lenha, sentimentos apurados nos tachos de cobre, ressentimentos e orgulhos passados a ferro em brasa...
Ancestrais, índias, caboclas, madames...
Na panela, água a ferver no fogo, para enganar as visitas da fome que lhes queimava o estômago. Mulheres que suportaram dores físicas, morais, angústias de paixões fortes quase nunca à altura correspondidas. mas quem haveria de conseguir? No meu sangue suas células me contaminam com um feminismo arcaico, que vê a injustiça enquanto esfrega o chão sujo das botas dos machos.
Donas que não se dobravam nem ao chicote, nem às traições. Que não reclamavam senão a ouvidos parentes. Que sofreram a solidão profunda dos orgulhosos. Mas que criaram filhos, netos, sobrinhos com amor sem peias. Talvez não houvesse carinho nas mãos dessas mulheres, mas o seu amor se derramava nas panelas cheias, nas mesas fartas, nas roupas limpas, no vai-e-vem das máquinas de costura e das facas a descascar laranjas incontáveis.
Dessas mulheres tenho exemplos e retratos. Tenho olhares marcados nas fotos e entrevistos nas faces das que me rodeiam.
Terei também eu esse olhar?
Busco agora sua ajuda, enquanto ensabôo um prato ou aprendo a lavar roupa; enquanto puxo com o rodo a água do quintal, enquanto faço prato e carinhos para minha filha, a próxima dessas mulheres, eu acho.
Então não me arrependo de ter saído de lá e vindo para cá, aqui onde elas me acolhem e me ensinam que a magia é feminina e singular.
(esse texto mistura idéias. é exagerado, canastrão, e precisa ser refeito)
não me arrependo, embora às vezes me arrebente de preocupação. Se o preço foi caro, o produto vale a pena: meu tempo. Menos dinheiro, menos “vantagens”, mais vontades...
Repito: valeu a pena.
Já pensei se foi fuga, se era enganação, medo... Foi escolha, agora eu sei. Minha tranqüilidade é a testemunha de defesa e a consciência não me acusa mais.
Estou aprendendo novos fazeres, talvez mais simples e braçais, mas há tanto tempo ignorados e necessários...
volto ao tempo, sobre meus passos – passos que me recusei por toda a vida.
atrás de mim, gerações de mulheres me auxiliam. As mulheres fortes de minha família, todas rápidas em silêncios, serviços e respostas. Mulheres dominadoras, autoritárias doces...
Mulheres cozidas em fogão de lenha, sentimentos apurados nos tachos de cobre, ressentimentos e orgulhos passados a ferro em brasa...
Ancestrais, índias, caboclas, madames...
Na panela, água a ferver no fogo, para enganar as visitas da fome que lhes queimava o estômago. Mulheres que suportaram dores físicas, morais, angústias de paixões fortes quase nunca à altura correspondidas. mas quem haveria de conseguir? No meu sangue suas células me contaminam com um feminismo arcaico, que vê a injustiça enquanto esfrega o chão sujo das botas dos machos.
Donas que não se dobravam nem ao chicote, nem às traições. Que não reclamavam senão a ouvidos parentes. Que sofreram a solidão profunda dos orgulhosos. Mas que criaram filhos, netos, sobrinhos com amor sem peias. Talvez não houvesse carinho nas mãos dessas mulheres, mas o seu amor se derramava nas panelas cheias, nas mesas fartas, nas roupas limpas, no vai-e-vem das máquinas de costura e das facas a descascar laranjas incontáveis.
Dessas mulheres tenho exemplos e retratos. Tenho olhares marcados nas fotos e entrevistos nas faces das que me rodeiam.
Terei também eu esse olhar?
Busco agora sua ajuda, enquanto ensabôo um prato ou aprendo a lavar roupa; enquanto puxo com o rodo a água do quintal, enquanto faço prato e carinhos para minha filha, a próxima dessas mulheres, eu acho.
Então não me arrependo de ter saído de lá e vindo para cá, aqui onde elas me acolhem e me ensinam que a magia é feminina e singular.
(esse texto mistura idéias. é exagerado, canastrão, e precisa ser refeito)
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