27.12.05

fogueira

nunca houve paixão
que fizesse brilhar a alma
de dois.
num apenas, pois,
tem a cicatriz de arder.
a paixão passou ao largo,
de medo, talvez de desagrado.
Passou já morta
e fria,
nunca foi fogueira
foi apenas madeira
e, se queimou, foi à revelia.
Amor talvez tenha havido, haja, venha a haver.
Amor talvez não morra,
se há o bastante pra morrer.
mas fica frio o olho, a face, a mão.
Amor sim, mas sem paixão.
Arde a fogueira que havia,
num só, não em dois.
Mas a lenha já esfria.
Onde arde a fogueira hoje,
em breve, ardia.

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