26.12.05

leve.

eu queria muito ser leve. mas não estou conseguindo. nem na parte física nem na da energia.
o excesso de quilos é fácil de explicar: comer é bom demais. compensa frustrações. engordar é criar uma capa, uma defesa fofinha contra as relações que me atritam.
quanto ao peso da alma... esse é mais difícil. porque está muito lá dentro. inclusive debaixo desse simpático colchãozinho de gordura.
não vou aproveitar a deixa e fazer uma promessa de ano novo. na verdade, novo ele só será quando eu me renovar. e meu calendário interno não costuma sinalizar esses detalhes.
tenho que enfrentar algumas questões sempre adiadas. são doloridas e dolorosas. me fazem medo.
estou me forçando a caminhar no risco, na beira do precipício. a olhar para baixo e ver o tamanho da queda. e a acreditar, também, em todas as possibilidades de vôo. minha máscara da serenidade resiste. não vejo, não sinto, não ouço. e não falo. longos anos de adestramento me garantem fácil a postura dos macaquinhos.
o vento sopra forte, aqui. só o que me consola, talvez, é estar tão perto do céu.

2 comentários:

Atena disse...

Ah, querida. Tudo ao seu tempo. Dizem que nossas dores precisam amadurecer. Conte comigo, sempre. Um beijo com carinho.

persefone disse...

e eu conto mesmo. beijo.